A aula dedicada ao estudo da Rede Cegonha e da Rede Alyne foi uma oportunidade valiosa para refletir sobre o cuidado integral à saúde materna e infantil no Brasil e sobre os avanços e desafios da política pública nesse campo. Entender como o SUS organiza sua atuação para proteger a vida da mulher e da criança, especialmente nos momentos mais críticos – gestação, parto e puerpério – é fundamental para a formação de profissionais comprometidos com um cuidado sensível, ético e baseado na equidade.

Compreender a trajetória da Rede Cegonha, desde sua criação em 2011, evidenciou o esforço institucional em estruturar um modelo de atenção humanizado e articulado às necessidades das mulheres e crianças. Suas diretrizes, como a ampliação do acesso ao pré-natal, a garantia do parto humanizado e a atenção qualificada nos primeiros anos de vida, representam avanços significativos na consolidação dos direitos reprodutivos e na redução das iniquidades em saúde.

Por outro lado, a criação da Rede Alyne marca um novo momento, mais sensível às desigualdades raciais e territoriais, e com metas ousadas, como a redução de 25% na mortalidade materna até 2027. A homenagem à jovem Alyne Pimentel não apenas dá nome à nova política, mas carrega um potente símbolo de luta contra a negligência obstétrica e o racismo estrutural que ainda marcam a assistência à saúde no país. A proposta de fortalecer o cuidado integral à gestante e ao recém-nascido, com atenção às especificidades de populações vulnerabilizadas, é um avanço necessário e urgente.

A aula permitiu uma análise crítica e técnica das diretrizes dessas redes, mas também provocou reflexões éticas e sociais. Discutir o papel da Rede Alyne, por exemplo, nos convida a pensar sobre justiça reprodutiva, sobre o direito à vida digna desde o nascimento, e sobre o nosso papel, enquanto futuros profissionais da saúde, em assegurar que políticas públicas se concretizem no cotidiano das unidades de saúde, com escuta, acolhimento e compromisso.

Em resumo, a aula não só aprofundou nosso conhecimento sobre a organização das políticas de atenção materno-infantil no SUS, como também reafirmou a importância da atuação profissional pautada em direitos humanos, empatia e compromisso com a vida. O aprendizado vai além das diretrizes e metas: ele toca a essência do cuidado.

Abaixo, disponibilizo minhas QA's:

1) Por que alguns países ainda possuem epidemias de determinadas doenças (países tropicais e subtropicais)?

Países tropicais e subtropicais continuam enfrentando epidemias de determinadas doenças, especialmente as chamadas Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), devido a uma combinação de fatores socioeconômicos, ambientais e estruturais. As DTNs, como a doença de Chagas, hanseníase, leishmaniose e esquistossomose, afetam principalmente populações em situação de pobreza, com acesso limitado a serviços de saúde, saneamento básico e educação.

Essas doenças são consideradas "negligenciadas" porque recebem pouca atenção da comunidade internacional, têm financiamento insuficiente para pesquisa e desenvolvimento de tratamentos, e são associadas ao estigma social. Além disso, as mudanças climáticas e a urbanização desordenada contribuem para a persistência e disseminação dessas enfermidades.

Fontes:

2) Quais as diretrizes da Rede Cegonha e Rede Alyne?

A Rede Cegonha, implementada pelo Ministério da Saúde em 2011, tinha como objetivo garantir às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada durante a gravidez, parto e puerpério, e às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Suas diretrizes incluíam a ampliação do acesso ao pré-natal de qualidade, a qualificação da atenção ao parto e nascimento, e a organização da atenção à saúde da criança até os dois anos de idade.​

Em 2024, a Rede Cegonha foi reestruturada e substituída pela Rede Alyne, em homenagem a Alyne Pimentel, uma jovem que faleceu em decorrência de complicações gestacionais e desassistência médica. A Rede Alyne visa reduzir em 25% a mortalidade materna até 2027, com foco na equidade racial e regional, fortalecendo a atenção primária, promovendo o parto humanizado e garantindo o acesso a serviços de saúde de qualidade para gestantes, puérperas e recém-nascidos.​

Fontes:

3) Quais são os objetivos da PNAISC?

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), instituída pela Portaria nº 1.130 de 5 de agosto de 2015, tem como objetivo promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante atenção e cuidados integrais e integrados da gestação até os nove anos de idade. A política dá especial atenção à primeira infância e às populações em situação de vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e à garantia de um ambiente que favoreça o pleno desenvolvimento infantil.​

Fontes:

4) Quais as ações do SUS para reduzir a mortalidade infantil?

O Sistema Único de Saúde (SUS) desenvolve uma série de ações estratégicas para reduzir a mortalidade infantil no Brasil. Essas ações são intersetoriais, contínuas e articuladas em diferentes níveis de atenção à saúde, desde o pré-natal até os primeiros anos de vida da criança. As principais iniciativas incluem:

Fontes utilizadas: