Nessa SP, gostaria de fazer um comentário, ela foi tirada de ordem, ela deveria ser matéria da D1 e foi movida para a D2. Não me adaptei a mudança e senti que poderia ter sido facilmente mantida da D1 e viruz ter sido abordado na D2 mesmo.
QA’S
1- Diferencie artrite, artrite reumatoide e artrose. Artrite reumatoide: suas causas e sintomas (pesquisar sobre “pescoço de cisne ”e “botoeira”)
2- O que são doenças autoimunes, quais as causas ,consequências, tratamento e como o sistema imunológico é afetado por elas?
3- Quais são os exames necessários para identificar artrite reumatoide?
4- Qual a relação dos movimentos repetitivos com as doenças articulares e piora dos sintomas?
RESPOSTAS:
1- Artrite é um termo abrangente que se refere à inflamação em uma ou mais articulações. A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune crônica que causa inflamação persistente, principalmente nas articulações, mas que pode afetar outros órgãos também. Já a artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma doença degenerativa caracterizada pela quebra da cartilagem articular, o que leva a sintomas como dor e rigidez.
A artrite reumatoide é marcada pela sinovite, que é a inflamação da membrana sinovial. Essa membrana reveste as articulações e, quando inflamada, causa edema (inchaço), dor, rigidez e, com o tempo, pode levar à destruição da cartilagem e do osso. As causas da artrite reumatoide ainda não são completamente conhecidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais contribua para o desenvolvimento da doença. Esses fatores podem levar a uma resposta imune anormal, na qual o sistema imunológico do corpo ataca as próprias articulações.
Os sintomas da artrite reumatoide incluem dor, inchaço, calor e vermelhidão nas articulações. Geralmente, esses sintomas se manifestam de forma simétrica, afetando os dois lados do corpo. Outros sintomas como fadiga, perda de peso e febre também podem ocorrer. Com a progressão da doença, podem surgir deformidades articulares características, como os dedos em "pescoço de cisne" (hiperextensão da articulação interfalangiana proximal e flexão da interfalangiana distal) e em "botoeira" (flexão da articulação interfalangiana proximal e hiperextensão da interfalangiana distal). Essas deformidades podem limitar significativamente a função das mãos e a qualidade de vida do paciente.
2- Doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico, responsável por defender o corpo contra invasores como vírus e bactérias, passa a atacar os tecidos do próprio organismo. Normalmente, o sistema imune consegue distinguir entre o que é próprio (self) e o que é estranho (non-self), mas nas doenças autoimunes essa capacidade de reconhecimento é perdida, levando à produção de autoanticorpos e à ativação de células imunes que agridem as células e tecidos saudáveis.
As causas exatas das doenças autoimunes ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que a interação complexa entre fatores genéticos e ambientais desempenhe um papel crucial. Fatores genéticos podem predispor um indivíduo ao desenvolvimento de doenças autoimunes, enquanto fatores ambientais como infecções, exposição a toxinas e até mesmo o estresse podem desencadear ou agravar a resposta autoimune.
As consequências das doenças autoimunes são variadas e dependem dos tecidos e órgãos afetados. Inflamação crônica, dor, fadiga e perda de função são comuns em muitas doenças autoimunes. A longo prazo, a agressão autoimune pode levar a danos irreversíveis nos tecidos e órgãos, resultando em incapacidade e até mesmo em risco de vida.
O tratamento das doenças autoimunes visa controlar a resposta imune exacerbada e aliviar os sintomas. Medicamentos imunossupressores, que inibem a atividade do sistema imunológico, são frequentemente utilizados, juntamente com terapias para controlar a inflamação e a dor. Em alguns casos, podem ser utilizadas terapias biológicas, que atuam de forma mais específica em alvos do sistema imunológico.
O sistema imunológico é profundamente afetado pelas doenças autoimunes. Em vez de proteger o corpo, ele se torna o agressor, atacando as próprias células e tecidos. Essa disfunção imunológica leva a um estado de inflamação crônica e a danos progressivos no organismo. A compreensão dos mecanismos envolvidos nas doenças autoimunes é fundamental para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas que restaurem o equilíbrio do sistema imunológico e impeçam a progressão da doença.
3- O diagnóstico da artrite reumatoide (AR) é feito com base na combinação de diferentes critérios, incluindo histórico clínico, exame físico e exames laboratoriais. Não existe um único exame que confirme o diagnóstico, sendo necessária uma avaliação completa do paciente.
Histórico clínico e exame físico: O médico irá perguntar sobre os sintomas, como dor, rigidez e inchaço nas articulações, além de outros sinais como fadiga e perda de peso. O exame físico avalia a presença de inflamação nas articulações, deformidades e limitação de movimentos.
Exames laboratoriais:
Fator reumatoide (FR): É um autoanticorpo presente no sangue da maioria das pessoas com AR, mas também pode ser encontrado em outras doenças autoimunes e em indivíduos saudáveis.
Anticorpo anti-CCP (peptídeo citrulinado cíclico): É um autoanticorpo mais específico para AR e está associado a um prognóstico pior da doença.
VHS (velocidade de hemossedimentação) e PCR (proteína C reativa): São marcadores inflamatórios inespecíficos, mas que podem estar elevados na AR, indicando a presença de inflamação no corpo.
Hemograma completo: Pode revelar anemia, que é comum em pacientes com AR.
Exame do líquido sinovial: A análise do líquido presente nas articulações pode ajudar a diferenciar a AR de outras causas de artrite.
Exames de imagem:
Radiografia: Pode mostrar alterações ósseas e articulares características da AR, como erosões e estreitamento do espaço articular.
Ultrassonografia: Permite visualizar a inflamação das articulações e a presença de erosões ósseas de forma mais precoce que a radiografia.
Ressonância magnética: É o exame mais sensível para detectar alterações precoces na AR, como inflamação da membrana sinovial e erosões ósseas.
4-
Movimentos repetitivos podem ter um impacto significativo nas doenças articulares, especialmente em condições como a artrite reumatoide e a osteoartrite. Embora o corpo humano seja projetado para o movimento, a repetição excessiva e prolongada de determinados movimentos, sem o devido descanso e recuperação, pode gerar estresse mecânico nas articulações, especialmente naquelas já acometidas por doenças.
No caso da artrite reumatoide, a inflamação crônica da membrana sinovial torna as articulações mais vulneráveis a lesões. Movimentos repetitivos podem intensificar essa inflamação, aumentando a dor, o inchaço e a rigidez. Além disso, a repetição constante pode acelerar o processo de destruição da cartilagem e do osso, levando a deformidades e perda de função.
Na osteoartrite, a cartilagem articular já está comprometida, o que reduz a capacidade de absorção de impacto. Movimentos repetitivos podem sobrecarregar ainda mais as articulações, acelerando o desgaste da cartilagem e agravando os sintomas de dor e rigidez. A longo prazo, essa sobrecarga pode levar à formação de osteófitos (crescimentos ósseos anormais) e ao estreitamento do espaço articular, limitando ainda mais a mobilidade.
É importante destacar que a relação entre movimentos repetitivos e doenças articulares é complexa e multifatorial. Fatores como intensidade, duração e frequência dos movimentos, postura inadequada, falta de condicionamento físico e predisposição genética também influenciam no desenvolvimento e na progressão dessas doenças.
Referências:
Cocco, L. H. Fisiopatologia. Editora Guanabara Koogan.
Silverthorn, D. U. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada. Editora Artmed.