No ciclo 2 desse semestre, os eventos aconteceram um pouco diferente do ciclo 1. Neste ciclo realizamos 2 oficinas. Uma sobre Vigilância e outra sobre Vacinação. Gostei muito da primeira oficina, uma atividade diferente da padrão de criar QA's e trazer repostas. Achei interessante ter que escolher qual seria a atividade que eu iria realizar, fiz uma atividade de perguntas e resposta que irei postar mais sobre aqui.
Na aula antecedente a apresentação, discutimos um pouco sobre os tipos de vigilância, os papéis das agencias reguladores, legislação e os tipos de vigilância em saúde que existem no Brasil. Depois de conversar sobre elas, dividimos as 4 vigilâncias - epidemiológica, sanitária, saúde ambiental e do trabalhador- para que os grupos da sala pudessem criar uma forma de apresentar diversificada. A ideia era criar uma atividade dinâmica que apresentasse casos em que a vigilância seria acionada. Eu solicitei a turma e a professora se eu poderia realizar a atividade sozinho, e eles aceitaram.
Na aula seguinte, levamos as apresentações. Um dos grupo montou um vídeo muito interessante e divertido, outro fez um jogo de perguntas e respostas, outro fez em forma de podcast apresentado na sala. Eu fiz meu trabalho, com um jogo de perguntas e respostas, em que ficaram divididos os grupos dos trabalhos. Cada grupo teria que acertar as perguntas para ganhar pontos, no final o grupo que ganhasse mais pontos, vencia. No fim, premiei a sala com um chocolate de participação. Vou deixar uma foto das cartas do meu trabalho e a apresentação de slides que utilizei:
A próxima atividade não foi tão interessante quanto a primeira, foi simplesmente o padrão de formular QA's e trazer a resposta na próxima aula. Discutimos sobre o calendário de vacinação e cobertura de imunização. Tivemos que assistir alguns vídeos no ulife e discutir sobre na sala de aula para formular as questões de aprendizado. Porém tive que ir embora mais cedo da aula e não pude contribuir, "infelizmente", para a construção das QA's. Mas meus excelentíssimos colegas de sala, formularam excelentes QA's que levamos para a aula seguinte e discutimos as respostas, além de que nossa colega Lara, compilou as respostas em uma nova síntese. Irei disponibilizar aqui as QA's e as respostas. Me absterei de postar a nova síntese, uma vez que acredito que meus colegas irão coloca-las em seus portifólios, e ficará repetitivo a leitura deste pela professora, então focarei no meu trabalho.
QA’s:
01) Relacione vigilância epidemiológica com as reações vacinais adversas.
02) Descreva como ocorre o manejo da vigilância epidemiológica ( união / estado / município).
03) Defina como são baseadas as coberturas vacinais ( união/ estado/ município).
04) Descreve o funcionamento e logística da Rede de Frios.
05) Defina o CRIE e em quais situações ele pode ser acionado.
RESPOSTAS:
1- A vigilância epidemiológica é crucial para garantir a segurança dos programas de vacinação. Ela contribui para a efetividade dos programas de imunização e a proteção da saúde da população, além de permitir a identificação, investigação e análise de eventos adversos pós-vacinação (EAPV), que são ocorrências médicas indesejáveis que podem surgir após a vacinação, com ou sem relação causal com a vacina.
Profissionais de saúde notificam casos suspeitos de EAPV ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A análise desses dados permite a detecção de sinais de alerta, como o aumento inesperado de eventos adversos após a introdução de uma nova vacina, e auxilia na identificação de potenciais reações adversas. Essa detecção precoce é fundamental para a tomada de medidas que garantam a segurança da população, como a investigação de casos, a revisão de protocolos e, se necessário, a suspensão do uso de determinado imunizante.
Fontes:
Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).:
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/sistemas-de-informacao/sinan
Ministério da Saúde. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação.:
https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vacinacao-imunizacao-pni/manual_eventos-_adversos_pos_vacinacao_4ed_atualizada.pdf/view
2- O manejo da vigilância epidemiológica no Brasil se dá de forma descentralizada e articulada entre a União, os estados e os municípios, cada esfera com responsabilidades específicas, conforme estabelecido pela Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde.
União:
Formulação de políticas nacionais de vacinação e vigilância epidemiológica.
Coordenação dos programas nacionais de imunização.
Definição de diretrizes e normas técnicas para a vigilância epidemiológica.
Monitoramento e avaliação das ações de vigilância em nível nacional.
Gestão das informações epidemiológicas, incluindo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Repasse de recursos financeiros para estados e municípios.
Estados:
Adaptação das políticas nacionais às realidades regionais.
Coordenação das ações de vigilância epidemiológica nos municípios.
Supervisão e apoio técnico aos municípios.
Monitoramento das ações de vacinação e vigilância epidemiológica em nível estadual.
Articulação com a União e os municípios.
Municípios:
Execução das ações de vacinação e vigilância epidemiológica.
Notificação de casos de doenças e eventos adversos pós-vacinação.
Investigação de surtos e epidemias.
Adoção de medidas de controle e prevenção.
Alimentação dos sistemas de informação epidemiológica.
Essa articulação entre as diferentes esferas de governo visa garantir a integralidade das ações de vigilância epidemiológica, desde a formulação de políticas até a execução das atividades nos municípios, com o objetivo de proteger e promover a saúde da população.
Fontes:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Volume 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
Rouquayrol, M. Z., & Almeida Filho, N. (2003). Epidemiologia & saúde. Rio de Janeiro: MEDSI.
3- As coberturas vacinais são baseadas em dados coletados e analisados de forma sistemática nos diferentes níveis do sistema de saúde (União, estados e municípios), com o objetivo de monitorar a proporção da população vacinada e garantir a efetividade dos programas de imunização.
União:
O Ministério da Saúde define as metas nacionais de cobertura vacinal para cada imunizante do Calendário Nacional de Vacinação, com base em parâmetros epidemiológicos e recomendações internacionais, visando alcançar a proteção individual e coletiva contra doenças imunopreveníveis.
Estados:
As Secretarias Estaduais de Saúde acompanham as coberturas vacinais em seus respectivos territórios, utilizando os dados consolidados pelos municípios. Com base nesses dados, identificam áreas com baixas coberturas e elaboram estratégias para aumentar a adesão à vacinação.
Municípios:
As Secretarias Municipais de Saúde são responsáveis pela coleta e registro das informações sobre as doses aplicadas, utilizando o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Esses dados são consolidados e enviados para as esferas estadual e federal, permitindo o cálculo das coberturas vacinais em cada município.
A análise das coberturas vacinais em cada nível (União, estados e municípios) permite identificar áreas com maior vulnerabilidade e direcionar ações para aumentar a adesão à vacinação, garantindo a proteção da população contra doenças imunopreveníveis.
Guia de Vigilância em Saúde. Volume 1: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de-vigilancia-em-saude-volume-1-6a-edicao/view
Calendário Nacional de Vacinação
4- A Rede de Frio é um sistema logístico fundamental para garantir a qualidade das vacinas, desde a produção até a administração. Ela envolve uma série de etapas e procedimentos que asseguram a temperatura adequada dos imunobiológicos em todos os níveis (nacional, estadual e municipal).
Funcionamento:
A Rede de Frio funciona como uma cadeia de ações integradas, com infraestrutura e profissionais capacitados para o manejo adequado das vacinas. Envolve:
Armazenamento: Câmaras frias, refrigeradores e caixas térmicas são utilizados para manter as vacinas em temperaturas ideais, que variam de +2°C a +8°C para a maioria dos imunobiológicos.
Transporte: Veículos refrigerados e caixas térmicas com monitoramento de temperatura garantem a integridade das vacinas durante o transporte entre os diferentes níveis da rede.
Manuseio: Profissionais de saúde são treinados para o manuseio correto das vacinas, incluindo procedimentos de conservação, organização e aplicação.
Monitoramento: A temperatura das vacinas é monitorada continuamente por meio de termômetros e dispositivos de registro, garantindo a qualidade e a segurança dos imunobiológicos.
Logística:
A logística da Rede de Frio envolve o planejamento e a organização do fluxo de vacinas, desde o recebimento nos Centros de Distribuição até a aplicação nos postos de saúde.
Planejamento da demanda: Estimativa da quantidade de vacinas necessária para atender a população, considerando as diferentes faixas etárias e os calendários de vacinação.
Aquisição e distribuição: Compra e distribuição das vacinas pelo Ministério da Saúde aos estados e municípios, seguindo critérios de necessidade e prioridade.
Gerenciamento de estoques: Controle do estoque de vacinas em cada nível da rede, garantindo a disponibilidade dos imunobiológicos e evitando perdas por vencimento ou falhas de conservação.
FONTE:
Brasil. Ministério da Saúde. Manual de Rede de Frio. 5ª edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/rede-de-frio/publicacoes/manual-de-rede-de-frio-do-programa-nacional-de-imunizacoes-5-ed/view
5- O CRIE (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais) é um serviço especializado que oferece imunobiológicos especiais, ou seja, vacinas e soros que não estão disponíveis na rotina dos serviços de saúde, para pessoas com indicações específicas.
Ele atua como um centro de expertise, fornecendo vacinas para situações especiais, como:
Pessoas com condições de saúde especiais: pacientes com imunodeficiências, doenças crônicas, transplantados, entre outros, que necessitam de vacinas específicas ou com esquemas diferenciados.
Viajantes: pessoas que se deslocam para áreas com risco de doenças que não são comuns no Brasil, como febre amarela, raiva, cólera, etc.
Profissionais de saúde: trabalhadores da saúde que estão expostos a agentes infecciosos no ambiente de trabalho e necessitam de proteção adicional, como vacinas contra hepatite B, tétano, influenza, etc.
Surtos e epidemias: em situações de emergência em saúde pública, o CRIE pode fornecer imunobiológicos para controlar a disseminação de doenças e proteger grupos populacionais específicos.
Acidentes com material biológico: pessoas que sofreram acidentes com exposição a material biológico potencialmente contaminado, como agulhas ou sangue, podem necessitar de imunização passiva com soros ou imunoglobulinas.
O CRIE é acionado mediante solicitação médica, que deve justificar a necessidade do imunobiológico especial, com base nas indicações e contraindicações de cada vacina ou soro.
Em resumo, o CRIE desempenha um papel importante na proteção da saúde da população, oferecendo acesso a imunobiológicos especiais para aqueles que necessitam de proteção adicional contra doenças.
FONTE:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Brasília: Ministério da Saúde, 2023. https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/arquivos/manual-dos-centros-de-referencia-para-imunobiologicos-especiais_6a-edicao_2023.pdf/view
Enfim, achei essa segunda parte da disciplina bem mais interessante e envolvente do que a primeira. Me diverti muito fazendo o primeiro trabalho, e aprendi bastante com a atividade. Ja o segundo trabalho foi monótono e simples, porém com umas construção sólida do conhecimento de PMSUS. Quero deixar aqui ressaltado que odeio, com todas as minhas forças, realizar a construção deste portifólio. Luto por uma faculdade livre e democrática, onde possamos decidir se vamos construir ou não este terrível, maçante, trabalhoso e sem nexo, portifólio. Obrigado pela excelente tutoria e direcionamento Thay, você foi uma excelente professora neste semestre, tanto em PMSUS, quanto em HM. Por favor, não me dê PM, eu te pago um chocolate 🖤.