Essa SP, assim como as SPs 2.2, 2.4 e 2.5 (que fazem parte da D2 prova) foram dadas antes da D1. Diferente do que acontece normalmente. Isso me confundiu um pouco nos estudos e deu uma leve desanimada, uma vez que pós D1, a sensação era de que o semestre havia terminado. Porém, frente a essa situação, eu realmente recomendaria uma mudança na maneira de avaliar e testar os conhecimentos dos alunos. Ao invés de realizar D1 e D2 no meio do semestre, aplicar toda a matéria primeiro e depois realizar as 2 provas juntas. Separadas por 1 semana. Dessa forma, o conteúdo é todo dado e no final somente realizam as provas. Acho que faz sentido, uma vez que as provas de meio de semestre separadas, servem para o aluno ir juntando pontos e conseguir passar na disciplina. Contudo, neste método, o importante é medir o conhecimento do aluno e não mensurar pontuação, logo você pode reduzir o estresse de realizar prova e deixar tudo para o final, e quando o aluno realiza a prova, ele ja pode considerar que seu semestre finalizou.
Agora vamos falar sobre as aulas de Tutoria em si. Eu sinto que minha turma decaiu um pouco na qualidade, tanto das aulas quanto das QAs e respostas formuladas. Mas acredito que seja pelo motivo do desanimo que mencionei aqui. Ainda sim, acho nossa turma esforçada e acredito que a tutoria tem muito a acrescentar no nosso aprendizado!
Sendo assim, da SP 2.1 até a SP 2.5, irei somente disponibilizar as QA's e as respostas que realizei. E no final, irei fazer minha reflexão sobre as SPs, o que achei da matéria e quais as dificuldades e facilidades que tive. Acho que dessa forma meu portifólio será escrito mais rápido e de maneira mais sucinta.
QA’s:
1) Como o sistema imunológico reage após uma queimadura e quais os significados clínicos dos resultados físicos aparentes na pele?
2) Por que o uso de agentes químicos e biológicos na região da queimadura pode agravar na reparação celular ou gerar uma reação alérgica?
3) Como o sistema nervoso reage ao estímulo de dor com relação ao seu reflexo?
4) Quais os diferentes graus de queimadura e quais os tipos de tratamento específicos para cada tipo?
5) Como a agressão física ocasiona a lesão celular e quais os processos e etapas que envolvem a reparação do tecido após a queimadura?
RESPOSTAS:
1) Após uma queimadura, o sistema imunológico inato é ativado em resposta ao dano tecidual, que libera moléculas reconhecidas como sinais de perigo ou DAMPs (padrões moleculares associados ao dano). Essas moléculas, como o ATP extracelular e o ácido úrico, são detectadas por receptores celulares do sistema imune inato, como os receptores tipo NOD (NLR). Um dos NLRs mais importantes nesse contexto é o NLRP3, que, ao reconhecer esses sinais de perigo, forma um complexo chamado inflamassoma. O inflamassoma ativa a enzima caspase-1, que cliva a pró-IL-1β em IL-1β ativa. A IL-1β é uma citocina pró-inflamatória potente que desencadeia uma série de eventos, incluindo o recrutamento de leucócitos, como neutrófilos e monócitos, para o local da lesão. Essa resposta inflamatória visa eliminar células danificadas e iniciar o processo de reparo tecidual.
Os resultados físicos aparentes na pele, como vermelhidão, inchaço e dor, são manifestações clínicas da inflamação. A vermelhidão é causada pela vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo na área afetada. O inchaço é resultado do aumento da permeabilidade vascular, que permite o extravasamento de fluido e proteínas para o tecido. A dor é causada pela liberação de mediadores inflamatórios, como prostaglandinas e bradicinina, que estimulam as terminações nervosas. A presença de bolhas indica um dano mais profundo, com separação da epiderme da derme e acúmulo de líquido no espaço formado. A necrose tecidual, observada em queimaduras mais graves, representa a morte celular irreversível.
2) A pele queimada, por ter sua integridade comprometida, torna-se uma porta de entrada para diversos agentes externos, incluindo microrganismos e substâncias presentes em produtos químicos e biológicos aplicados na área. Essa exposição pode desencadear uma resposta imunológica exacerbada, prejudicando o processo de reparação celular. O sistema imune, ao reconhecer esses agentes como estranhos, pode iniciar uma reação inflamatória intensa, com recrutamento de células de defesa e liberação de mediadores inflamatórios. Essa inflamação excessiva pode levar a danos adicionais aos tecidos, retardando a cicatrização e aumentando o risco de complicações, como infecções e formação de cicatrizes hipertróficas ou queloides.
Além disso, alguns indivíduos podem desenvolver reações alérgicas a componentes presentes em agentes biológicos, como proteínas em pomadas e curativos. Essa reação de hipersensibilidade, mediada por IgE e mastócitos, pode gerar sintomas como coceira, vermelhidão e inchaço, agravando o quadro clínico e dificultando o tratamento. Portanto, a aplicação de agentes químicos e biológicos em queimaduras exige cautela e conhecimento dos possíveis efeitos adversos, a fim de garantir uma recuperação adequada e minimizar o risco de complicações.
3) O estímulo de dor causado pela queimadura é detectado por nociceptores, terminações nervosas livres presentes na pele que são sensíveis a estímulos nocivos, como calor intenso, pressão e substâncias químicas liberadas por células danificadas. A ativação dos nociceptores gera impulsos nervosos que são transmitidos ao longo de fibras nervosas sensoriais até a medula espinhal. Na medula espinhal, esses impulsos são integrados e transmitidos para o cérebro, onde são interpretados como dor.
Além da percepção consciente da dor, o estímulo doloroso também desencadeia reflexos protetores. O principal reflexo é o reflexo de retirada, em que o membro afetado é rapidamente afastado do estímulo nocivo. Esse reflexo é mediado por um arco reflexo simples na medula espinhal, que envolve neurônios sensoriais, interneurônios e neurônios motores. O reflexo de retirada é uma resposta rápida e involuntária que visa proteger o organismo de danos adicionais.
4) As queimaduras são classificadas em três graus, que refletem a profundidade da lesão e determinam o tratamento apropriado. As queimaduras de primeiro grau, as mais superficiais, atingem apenas a epiderme, causando vermelhidão, dor e sensibilidade, mas sem formação de bolhas. O tratamento é focado no alívio da dor, com medidas como compressas frias e analgésicos tópicos. As queimaduras de segundo grau, mais profundas, afetam a epiderme e parte da derme, resultando em dor intensa, formação de bolhas e possível perda de líquidos. O tratamento inclui limpeza cuidadosa, remoção de tecido morto, curativos e, em casos mais graves, enxertos de pele. Por fim, as queimaduras de terceiro grau, as mais graves, destroem toda a epiderme e derme, podendo atingir tecidos subjacentes. A pele se torna esbranquiçada ou carbonizada, com perda de sensibilidade. O tratamento é complexo e envolve estabilização do paciente, reposição de líquidos, desbridamento, enxertos de pele e fisioterapia. A recuperação de queimaduras de terceiro grau é lenta e desafiadora, com risco de complicações e sequelas.
5) A agressão física da queimadura desencadeia uma cascata de eventos que culminam na lesão celular. O calor intenso causa dano direto aos tecidos, desnaturando proteínas, rompendo membranas celulares e levando à morte celular por necrose. Além disso, a queimadura pode comprometer a circulação sanguínea, resultando em isquemia e agravando a lesão. A resposta inflamatória, com o recrutamento de células de defesa e liberação de mediadores, visa eliminar tecido morto e combater infecções, mas também pode causar dano adicional aos tecidos. O estresse oxidativo, com a geração de espécies reativas de oxigênio, também contribui para a lesão celular.
Inicialmente, a hemostasia atua para controlar o sangramento, seguida pela fase inflamatória, com o recrutamento de células de defesa para a área lesada. A proliferação celular é fundamental para a formação de um novo tecido, com fibroblastos produzindo colágeno e outras proteínas da matriz extracelular, e células epiteliais migrando para cobrir a ferida. A angiogênese, ou formação de novos vasos sanguíneos, é essencial para nutrir o tecido em regeneração. O remodelamento tecidual ocorre gradualmente, com a substituição do tecido de granulação por tecido conjuntivo mais organizado. Finalmente, a revitalização completa a cobertura da ferida. A cicatrização é um processo longo e pode resultar em cicatrizes, especialmente em queimaduras mais profundas.
Todas as respostas foram tiradas do livro do COCCO, e complementadas com informações do livro da Silverthorn.