Iniciamos a aula de como qualquer outra aula de tutoria, cada aluno trouxe sua resposta da SP 3.2 e no segundo horário analisamos o caso-problema apresentado pela professora e levantamos os Problemas a as Hipóteses, em seguida, formulamos as QA's referente a SP 3.3.
SP 3.3 – Em busca da perfeição!
Lindalva, aos 19 anos, não está satisfeita com seu corpo. Acha que tem muito pouca massa
muscular, além de certa “tendência para engordar”. Por conta própria, adquiriu em uma loja que
vende suplementos dietéticos alguns produtos à base de aminoácidos e de proteínas, sem sucesso
para o seu emagrecimento.
Resolveu então procurar uma academia de ginástica, avisando desde o início ao professor de
educação física que queria ganhar massa muscular nos membros e no tórax, além de desenvolver
um “abdome de tanquinho”.
O professor lhe prometeu que iria prescrever exercícios de resistência, mas que o processo seria
mais fácil e rápido se a jovem fizesse uso de uns hormônios anabolizantes injetáveis, que ele mesmo
poderia aplicar. Depois de alguns meses, Lindalva já se encontrava muito mais animada com os
resultados obtidos, tanto que parou de frequentar a academia, continuando, entretanto, o uso dos
anabolizantes e dos suplementos dietéticos.
Mais alguns meses se passaram e uma amiga da jovem percebeu que sua voz havia engrossado um
pouco, sendo ridicularizada pelos colegas de trabalho. Porém, preocupada quando ocorreu a
interrupção, sem causa aparente, de seus ciclos menstruais, Lindalva procurou a médica da UBS do
seu bairro, que ao examiná-la constatou que seus olhos e sua pele se apresentavam amarelados
com sinais associados à icterícia.
Solicitou exames de sangue para avaliar a função hepática, bem como dosagens hormonais e de
ureia e creatinina. Frente aos resultados encontrados, a médica alertou Lindalva para o perigo do
uso de anabolizantes, sugerindo sua interrupção, bem como dos suplementos alimentares.
A jovem deveria retornar aos exercícios físicos, mas em outra academia, claro, onde o
desenvolvimento muscular e de seu condicionamento físico, como um todo, poderiam ocorrer de
forma fisiológica e sem riscos à sua saúde.
O desejo da médica era denunciar a tal academia e o profissional que incentivou o uso dos
anabolizantes, tendo em vista a possibilidade inclusive de causarem complicações mais sérias, ao
coração e a outros órgãos vitais.
Problemas:
Lindalva se encontra insatisfeita com o próprio corpo e buscou o uso de suplementação sem acompanhamento profissional.
O professor de educação física incentivou o uso de anabolizantes como forma rápida e fácil de adquirir massa corporal.
Lindalva interrompeu os exercícios físicos e prosseguiu com o uso dos anabolizantes.
Lindalva apresentou engrossamento da voz, interrupção do ciclo menstrual sem causa aparente e sinais de icterícia.
A médica da UBS recomendou a suspensão dos anabolizantes e da suplementação (proteica) e solicitou os exames de creatina, ureia e hormônios.
Hipóteses:
Lindalva desconhecia os riscos de suplementação sem acompanhamento médico, além disso, optou pela praticidade e facilidade em obter o suplemento.
O profissional costuma incentivar o uso de anabolizantes para o resultado rápido dos alunos, garantindo a boa imagem do profissional e da academia ou fins lucrativos.
Lindalva gostou do resultado rápido.
Lindalva apresenta consequências provenientes do uso de hormônios masculinos.
A icterícia pode ser consequência de alterações no metabolismo hepático.
Os exames solicitados identificam alterações hormonais e no metabolismo proteico.
QA's:
1- O que são proteínas, quais seus tipos e funções?
2- Como funciona a digestão e absorção das proteínas?
3- Como as proteínas são metabolizadas?
4- Como o consumo exagerado de proteínas afeta o organismo?
5- O que é um anabolizante? Quais suas consequências comuns?
6- O que é icterícia e quais são suas causas e consequências?
7- Quais são os exames recomendados para quem faz o uso de anabolizantes e suplementos (e quais suas finalidades)?
Abaixo, deixo as resposta que coletei após minha pesquisa, porém adoeci na semana seguinte e não pude comparecer a aula, logo não participei da nova síntese dessa unidade e não pude contribuir de forma ativa com minhas respostas.
RESPOSTAS:
1- A palavra proteína é derivada do grego “proteios”, que significa “de primeira importância” e o cientista que nomeou esses compostos há mais de 100 anos não poderia ter escolhido nome mais adequado. Existem vários tipos de proteína que realizam uma variedade de funções como: estrutura, catálise , movimento, transporte, hormônios, proteção, armazenamento e regulação. Essas não são as únicas funções das proteínas, mas elas estão entre as mais importantes. Cada uma dessas necessidades individuais requer várias proteínas para conduzir essas funções tão variadas. Uma célula típica contém cerca de 9 mil tipos diferentes de proteína, e o corpo humano inteiro tem cerca de 100 mil tipos diferentes. Podemos classificar proteínas em dois tipos principais: proteínas fibrosas, que são Insolúveis em água e usadas principalmente para funções estruturais, e proteínas globulares, que são mais ou menos solúveis em água e utilizadas principalmente para proposições não estruturais. Embora exista uma ampla variedade de proteínas, todas elas apresentam basicamente a mesma estrutura: são cadeias de aminoácidos. Como o nome indica, um aminoácido é um composto orgânico que contém um grupo amina e um grupo carboxila. Apesar de existirem milhares de aminoácidos que podem ser artificialmente sintetizados, na natureza, 20 aminoácidos configuram as proteínas e todos seguem uma mesma fórmula geral, com exceção de 1, a prolina. Os 20 aminoácidos comumente encontrados nas proteínas são chamados alfa-aminoácidos ou aminoácidos alfa. Classificamos os aminoácidos em 4 grupos: apolares, polares neutros, ácidos e básicos. Os diferentes aminoácidos são classificados de acordo com suas cadeias laterais chamadas de “R”. Os aminoácidos também são utilizados como fonte de energia quando os demais nutrientes estão escassos ou durante a atividade física em anaerobiose. Nos mamíferos, os músculos abrigam a maior parte das proteínas.
FONTE:
Bases da bioquímica molecular, estruturas e processos metabólicos (Aline Sampaio Cremonesi)
Introdução à Bioquímica: Tradução da 9ª edição norte-americana (Bettelheim, Frederick)
2- As proteínas da dieta são inicialmente digeridas no estômago. O suco gástrico, com pH em torno de 2,5, desnatura as proteínas, rompendo principalmente as ligações de hidrogênio e expondo as ligações peptídicas, que não são quebradas por serem ligações covalentes. Entretanto, a enzima pepsina cliva as ligações peptídicas presentes no interior da cadeia de proteínas, diferindo-as em pequenos peptídeos. A pepsina não consegue clivar as proteínas em aminoácidos livres, por necessitas ancorar-se em uma superfície a fim de realizar a digestão. Os peptídeos gerados no estômago são direcionados para o duodeno, onde sofrem a ação das enzimas endopeptidases tripsina e quimotripsina, que são produzidas pelo pâncreas e lançadas no duodeno. Essas enzimas clivam os peptídeos pelo meio da cadeia, gerando peptídeos menores, esses por sua vez, sofrerão a ação de exopeptidases intestinais. Elas são enzimas que clivam os peptídeos pelas extremidades, liberando dipeptídeos e aminoácidos livres. Algumas dipeptidases também estão envolvidas no processo para quebrar os dipeptídeos formados em aminoácidos livres. Esses serão absorvidos pelas vilosidades do jejuno e do íleo, por transporte ativo secundário, em um mecanismo de cotransporte com o sódio até a corrente sanguínea.
3- O metabolismo das proteínas envolve processos complexos que ocorrem no interior das células. Inicialmente, a síntese proteica ocorre nos ribossomos, onde os aminoácidos são ligados em sequências específicas para formar proteínas. Posteriormente, essas proteínas passam por modificações, como a adição de grupos funcionais ou a clivagem de segmentos específicos. O catabolismo proteico envolve a degradação das proteínas, liberando aminoácidos que podem ser reutilizados para a síntese de novas proteínas ou para a produção de energia. O processo de ubiquitinação marca proteínas para degradação no proteassoma, onde são fragmentadas em peptídeos menores. Esses peptídeos são então processados em aminoácidos individuais pelas enzimas proteolíticas. Alguns aminoácidos são produzidos pelo organismo a partir de outros aminoácidos ou outros nutrientes. Porém alguns aminoácidos são chamados de essenciais, e não podem ser sintetizados pelo corpo. Este grupo deve ser ingerido por meio da alimentação, os aminoácidos essenciais para os humanos são: histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina.
FONTE: Bases da bioquímica molecular, estruturas e processos metabólicos (Aline Sampaio Cremonesi) Introdução à Bioquímica: Tradução da 9ª edição norte-americana (Bettelheim, Frederick)
4- O consumo excessivo de proteínas pode ter implicações significativas no organismo. Inicialmente, o excesso de aminoácidos provenientes das proteínas é metabolizado no fígado, resultando na produção de ureia, que é excretada pelos rins. Entretanto, altas quantidades de proteína podem sobrecarregar os rins e aumentar o risco de doença renal crônica. Além disso, o aumento da ingestão proteica pode levar a desequilíbrios metabólicos, como acidose metabólica, devido à liberação de resíduos nitrogenados. Também é importante considerar que o consumo exagerado de proteínas frequentemente ocorre em detrimento de outros nutrientes essenciais, como carboidratos e lipídios, afetando o equilíbrio nutricional global.
FONTE: Bases da bioquímica molecular, estruturas e processos metabólicos (Aline Sampaio Cremonesi) Introdução à Bioquímica: Tradução da 9ª edição norte-americana (Bettelheim, Frederick)
5- Os esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) são derivados sintéticos da testosterona inicialmente utilizados para fins terapêuticos. Contudo, atualmente, essas substâncias são empregadas de forma abusiva e indiscriminada, visando melhorias na performance esportiva e estética. Os efeitos colaterais decorrentes do uso não terapêutico incluem alterações no sistema cardiovascular, hepático, endócrino e psicológico. Além disso, podem ocorrer distúrbios no metabolismo lipídico, ginecomastia, acne, calvície, entre outros. A literatura científica ainda carece de estudos controlados que investiguem esses efeitos em profundidade, especialmente em doses suprafisiológicas.
FONTE: Bases da bioquímica molecular, estruturas e processos metabólicos (Aline Sampaio Cremonesi) Introdução à Bioquímica: Tradução da 9ª edição norte-americana (Bettelheim, Frederick)
6- A icterícia é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de bilirrubina no sangue, resultando em coloração amarelada da pele e mucosas. Essa substância é um produto da degradação da hemoglobina e normalmente é processada pelo fígado e excretada na bile. As causas da icterícia podem variar, incluindo distúrbios hepáticos, hemólise (destruição excessiva de glóbulos vermelhos) e obstrução do fluxo biliar. As consequências podem envolver danos ao sistema nervoso central, como o kernicterus, além de complicações metabólicas e alterações na função hepática. O tratamento depende da causa subjacente e pode incluir fototerapia para converter a bilirrubina em formas mais solúveis e facilitar sua eliminação.
FONTE: Bases da bioquímica molecular, estruturas e processos metabólicos (Aline Sampaio Cremonesi) Introdução à Bioquímica: Tradução da 9ª edição norte-americana (Bettelheim, Frederick)
7- O monitoramento de indivíduos que fazem uso de anabolizantes e suplementos requer uma abordagem criteriosa. Recomenda-se a realização de exames específicos para avaliar os efeitos dessas substâncias no organismo. Entre os exames indicados, destacam-se:
Hemograma completo: Avalia a saúde geral, incluindo possíveis alterações nos glóbulos vermelhos e brancos.
Perfil hepático (enzimas hepáticas): Verifica a função do fígado, importante devido ao risco de hepatotoxicidade associado ao uso de anabolizantes.
Perfil lipídico: Avalia os níveis de colesterol e triglicerídeos, pois o uso dessas substâncias pode afetar o metabolismo lipídico.
Testosterona total e livre: Monitora os níveis hormonais, especialmente em usuários de anabolizantes.
Creatinina e ureia: Avaliam a função renal, uma vez que essas substâncias podem sobrecarregar os rins.
Exames cardíacos: Eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma, para detectar possíveis alterações no sistema cardiovascular.
Esses exames permitem identificar precocemente desvios metabólicos e complicações associadas ao uso dessas substâncias, possibilitando intervenções adequadas.
FONTE: Bases da bioquímica molecular, estruturas e processos metabólicos (Aline Sampaio Cremonesi) Introdução à Bioquímica: Tradução da 9ª edição norte-americana (Bettelheim, Frederick)
Abaixo deixo uma imagem referente ao modelo de um aminoácido:
A turma realizou um mapa metabólico após a aula e além disso, como de costume, meus colegas realizaram a nove síntese e infelizmente, dessa vez, não pude contribuir com ela. De qualquer maneira, irei deixa-la disponível para constar a resposta no meu portifólio:
NOVA SÍNTESE: SP3.3
1. O que são proteínas e quais seus tipos e funções?
Proteínas são polipeptídeos mais longos e complexos, que se dobram em estruturas tridimensionais específicas. Elas são compostas por uma ou mais cadeias polipeptídicas e podem ser divididas em quatro níveis de estrutura: primária, secundária, terciária e quaternária.
De acordo com as características estruturais, as proteínas podem ser divididas em simples (apenas cadeias polipeptídicas) e conjugadas (cadeia polipeptídica+grupo prostético-exemplo: lipoproteínas, que apresentam como grupo prostético os lipídios).
Quanto à forma, as proteínas podem ser divididas em: Proteínas fibrosas (suas cadeias polipeptídicas se enrolam como cordas e não são solúveis em água.) e proteínas globulares (têm uma forma mais compacta e são solúveis em água).
• Funções: As proteínas desempenham uma miríade de funções no corpo, incluindo catalisar reações bioquímicas (enzimas), fornecer suporte estrutural (colágeno), transportar moléculas (hemoglobina), e regular processos celulares (fatores de transcrição).
Síntese e Dobramento: A síntese de proteínas também ocorre no ribossomo, seguindo o código genético. Após a síntese, as proteínas passam por um processo de dobramento, assistido por chaperonas moleculares, para alcançar sua estrutura funcional.
Desnaturação e Renaturação: Proteínas podem perder sua estrutura tridimensional e função por desnaturação, que pode ser causada por alterações de pH, temperatura ou presença de agentes químicos. Em alguns casos, a renaturação é possível, restaurando a estrutura e função da proteína.
LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica. 7. ed. São Paulo:Sarvier, 2018. 1300 p.
https://www.dracena.unesp.br/Home/Graduacao/proteinas.pdf
2. Como funcionam a digestão e absorção das proteínas?
Digestão das Proteínas:
- Estômago: A digestão das proteínas começa no estômago. Nesse órgão, as proteínas são expostas ao ácido clorídrico (HCl) e à enzima pepsina. A pepsina quebra as ligações peptídicas entre os aminoácidos, resultando em pequenos peptídeos.
- Duodeno: Os pequenos peptídeos passam para o duodeno, a primeira parte do intestino delgado. Lá, as enzimas pancreáticas, como a tripsina, a quimiotripsina e a elastase, continuam a quebrar os peptídeos em oligopeptídeos e aminoácidos.
Absorção das proteínas:
A absorção de proteínas ocorre nos enterócitos, através das bordas em escova, ou seja, as microvilosidades absorvem os aminoácidos, dipeptídeos, tripeptídeos. Além disso, a absorção vai depender de alguns fatores, como o transporte ativo, utilizando a ATPase Na/K; difusão facilitada ou ativa.
True small intestinal protein digestibility of ruminant feeds (www.scielo)
Fonte: DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS, REVISTA DE RABALHOS ACADÊMICOS – UNIVERSO RECIFE, 2018. DISPONÍVEL EM > HTTP://WWW.REVISTA.UNIVERSO.EDU.BR/INDEX.PHP?JOURNAL=1UNICARECIFE2&PAGE=ARTICLE&OP=VIEWARTICLE&PATH%5B%5D=5950
3. Como as proteínas são metabolizadas?
O anabolismo e catabolismo das proteínas são processos opostos e complementares que regulam a síntese e degradação das proteínas no organismo. Anabolismo das Proteínas:
Síntese Proteica: Durante o anabolismo, os aminoácidos provenientes da dieta ou da degradação de proteínas são utilizados na síntese de novas proteínas. Esse processo ocorre nos ribossomos das células e é essencial para o crescimento, reparo tecidual, produção de enzimas, hormônios, entre outras funções.
Fatores Anabólicos: Hormônios como a insulina, fatores de crescimento e nutrientes como aminoácidos essenciais são importantes para estimular o anabolismo proteico.
Importância do Anabolismo: O anabolismo proteico é fundamental para o desenvolvimento muscular, manutenção dos tecidos, resposta imunológica e regulação metabólica.
Catabolismo das Proteínas:
Degradação Proteica: Durante o catabolismo, as proteínas são quebradas em aminoácidos para liberar energia ou substratos metabólicos Esse processo ocorre principalmente no fígado e nos músculos esqueléticos.
Desaminação: Os aminoácidos são desaminados no fígado, resultando na remoção do grupo amino (-NH2) e formação de amônia. A amônia é convertida em ureia no ciclo da ureia e excretada pelos rins.
Via Gliconeogênese: Em situações de necessidade energética, aminoácidos podem ser convertidos em glicose por meio da gliconeogênese.
Regulação do Catabolismo: Hormônios catabólicos como o cortisol e a adrenalina podem estimular a degradação proteica em situações de estresse ou jejum prolongado.
Equilíbrio Proteico: O equilíbrio entre anabolismo e catabolismo proteico é crucial para a manutenção da massa muscular, função celular e homeostase metabólica.Portanto, o anabolismo e catabolismo das proteínas são processos dinâmicos que garantem a adequada síntese e degradação das proteínas no organismo humano.
Referências: Murray, R. K., et al. (2015). Harper's Illustrated Biochemistry. 30th Edition. McGraw-Hill Education.
4. Como o consumo exagerado de proteínas afeta o organismo?
O excesso de consumo de proteínas pode causar prejuízos, como a sobrecarga de trabalho no fígado e nos rins, aumento da excreção de cálcio e outros minerais. O excesso de calorias na forma de proteínas se transforma em gordura , sendo depositada nos tecidos. Quem pratica exercícios mais pesados , como musculação , raramente irá precisar de suplementação de proteínas,pois a ingestão aumentada de alimentos irá garantir a quantidade de proteínas necessária ao bom funcionamento do organismo.
Pesquisa feita pela Universidade de Pittsburgh e publicada na revista especializada Nature Metabolism mostra que o excesso de proteínas pode prejudicar a saúde e indica que dietas com mais de 22% de proteína aumentam significativamente o risco de aterosclerose, podendo levar a doenças cardiovasculares.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentacao_saudavel.pdf
https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/estudo-mostra-que-consumo-excessivo-de-proteinas-pode-causar-doencas-cardiovasculares/
5. O que é um anabolizante? Quais suas consequências comuns?
Anabolizantes são hormônios esteroides naturais e sintéticos que promovem o crescimento celular e a sua divisão, resultando no desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, especialmente o muscular. Os anabolizantes são substâncias geralmente derivadas do hormônio sexual masculino, a testosterona, e podem ser administradas principalmente por via oral ou injetável.. As consequências comuns do uso de anabolizantes são: tremores, acne severa, retenção de líquidos, dores nas juntas, aumento da pressão sanguínea, tumores no fígado e no pâncreas, alterações nos níveis de coagulação sanguínea e de colesterol e aumento da agressividade.
Há também os efeitos crônicos causados pelo consumo indevido desses produtos:
Em homens: redução na quantidade de esperma; calvície; crescimento irreversível das mamas (ginecomastia); impotência sexual.
Em mulheres: engrossamento da voz; crescimento de pelos no rosto e no corpo; redução dos seios; irregularidade ou interrupção das menstruações. Se o consumo começa cedo, na pré-adolescência, o crescimento pode ser interrompido, deixando o usuário com baixa estatura.
https://www.gov.br/abcd/pt-br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/prejuizos-para-a-saude-do-atleta/o-que-sao-anabolizantes
https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/124/057a060_anabolizantes.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/anabolizantes/
6. O que é icterícia e quais são suas causas e consequências?
A icterícia é definida como o aparecimento de aspecto amarelado tanto na pele quanto nas mucosas, como regiões da esclera e frênulo da língua. Ela se diferencia da carotenodermia porque, nesse caso, o aspecto amarelado só aparece na pele, resultado da alta ingestão de alimentos ricos em betacaroteno, como abóbora e ce-noura, bem como algumas medicações.A origem do aspecto amarelado característico da síndrome ictérica advém do aumento das bilirrubinas, sem necessariamente estar acompanhado de colestase, essa que é caracterizada pelo aumento das enzimas de ductos biliares (fosfatase alcalina e gama-GT).
Quanto à etiologia da icterícia, temos diversas causas, as quais cursam com o respectivo aumento de bilirrubina direta ou indireta, a depender do seu mecanismo.
• O aumento da produção de bilirrubina cursa com o aumento da sua forma não conjugada e, de acordo com o que vimos, sendo produto da degradação do grupo heme, faz sentido que quadros assim ocorram quando da ocorrência de hemólise ou de eritropoiese ineficaz.
• A redução da captação também pode cursar com o aumento da bilirrubina in-direta, uma vez que, se o fígado capta pouca bilirrubina não conjugada, essa ficará acumulada no sangue, levando à síndrome que é alvo do nosso estudo.Casos assim podem ocorrer quando da ocorrência de jejum prolongado, pelo uso de medicações, infecções e por causas intrínsecas aos hepatócitos.
• Outro mecanismo para o aumento da bilirrubina indireta consiste na diminuição da conjugação, uma vez que a não ocorrência desse processo cursa com o acúmulo da substância em sua forma não conjugada. Nesses casos, a etiologia se encontra na maquinaria celular dos hepatócitos, como ocorre nas síndromes de Gilbert e de Crigler-Najjar, bem como na deficiência adquirida.
• Se houver alteração quanto à excreção, temos o aumento da bilirrubina direta, que pode ser decorrente de problemas celulares, na questão do transporte da substância via ATP, como ocorre nas síndromes de Dubin Johnson e de Rotor, ou por quadros de colestase, como a gestacional, medicamentosa ou a denomi-nada colestase intra-hepática recorrente benigna.
• A icterícia de origem obstrutiva consiste na dificuldade quanto à excreção de origem mecânica-obstrutiva, já que nesse caso o trajeto da bile se encontra in-terrompido, sendo que isso pode ocorrer tanto por tumores e estenose das vias biliares quanto pela presença de cálculos e por corpos estranhos.
Goldman L, Schafer Al. Goldman-Cecil Medicine. 26th ed. (S.I.]: Elsevier, 2019.Abbas AK, Kumar V, Fausto N, Aster JC. Robbins & Cotran - Patologia: Bases patológicas das doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.First Aid for USMLE Step 2-CK. 10th ed. [S.I.]: McGraw Hill Education, 2018.
7. Quais são os exames recomendados pra quem faz o uso de anabolizantes e suplementos(e quais suas finalidades)?
Para pacientes que fazem uso de anabolizantes e suplementos, é crucial realizar uma avaliação médica abrangente para monitorar os possíveis efeitos adversos dessas substâncias. Além disso, alguns exames específicos são recomendados para detectar precocemente alterações que possam surgir em decorrência do uso dessas substâncias. Abaixo estão os exames recomendados:
Exames Laboratoriais Recomendados:
Hemograma Completo: Avalia a contagem de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, podendo identificar anemia, leucocitose ou trombocitopenia.
Perfil Lipídico: Inclui dosagens de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos, sendo essencial para monitorar o risco de dislipidemias e doenças cardiovasculares.
Função Hepática (TGO, TGP, Gama-GT): Esses testes avaliam a função hepática e podem indicar lesão hepática induzida por substâncias hepatotóxicas como os anabolizantes.
Função Renal (Creatinina, Ureia, Ácido Úrico): Importante para verificar a função dos rins e detectar possíveis lesões renais causadas pelo uso de substâncias nefrotóxicas.
Dosagem de Testosterona Total e Livre: Fundamental para monitorar os níveis hormonais, especialmente em usuários de anabolizantes que podem interferir na produção endógena de testosterona.
Exames de Imagem: Dependendo da substância utilizada, exames como ultrassonografia abdominal, ressonância magnética ou densitometria óssea podem ser indicados para avaliar danos estruturais.Outros Exames Específicos:
Eletrocardiograma (ECG): Importante para avaliar a saúde cardiovascular, especialmente em usuários de anabolizantes que podem aumentar o risco de eventos cardíacos.
Densitometria Óssea: Indicada para avaliar a densidade mineral óssea, pois o uso prolongado de anabolizantes pode levar à osteoporose.
Teste de Função Pulmonar: Em casos específicos, pode ser necessário para avaliar possíveis complicações respiratórias associadas ao uso de certas substâncias.É fundamental ressaltar que a supervisão médica é essencial para orientar a realização desses exames, interpretar os resultados e intervir precocemente caso haja alguma alteração significativa.
O acompanhamento regular por um profissional de saúde capacitado é fundamental para garantir a segurança e a saúde dos pacientes que fazem uso de anabolizantes e suplementos.
Fonte: Smith, R. N., Agharkar, A. S., & Gonzales, E. B. (2018). Anabolic Steroids: A Review of the Literature. Journal of Sports Science & Medicine, 17(2), 290–299.