Nesta aula, temos o segundo caso problema da SP 1. A professora nos passou o seguinte texto para analisarmos e identificar os problemas e hipóteses contidos nele:
"Mario sempre foi um ótimo aluno, super organizado e dedicado. Tanto que
depois de dois anos de cursinho, realizou seu sonho e entrou em medicina!
Poucas semanas depois do início do curso, a alegria da conquista foi se
transformando em angústia e preocupação: ele não conseguiu se adaptar à nova
casa, nova turma, nova rotina, novo método de estudos...
Um dia, na UBS, começou de uma hora pra outra a sentir falta de ar, taquicardia,
tremores e um aperto no peito. Achou que estava infartando e saiu desesperado
da sala, seguido por uma amiga. Por sorte, a professora Ana que os acompanhava
era muito sensível e percebeu que algo estava errado. Pediu discretamente
licença à turma e foi encontrá-los.
Encontrou Mario e a amiga Carla sentados no banco do corredor. Perguntou se
poderia ficar ali com eles e ajudou Mario a se acalmar com uma técnica de
respiração. Quando viu que ele estava melhor, perguntou o que havia
acontecido.
– Profe, estou desesperado. Eu não consigo me organizar para estudar, não
consigo aprender nada, não vou conseguir ser médico, vão ver que eu sou uma
farsa, as vezes nem sei quem sou realmente, vou decepcionar todo mundo e...
– Nossa amigo, calma. Esse seu pensamento está indo longe demais - disse Carla.
– Está nada. E aposto que esse meu surto foi por causa daquele remédio de TDAH
que a gente tom...
– Mario! - Interrompeu Carla, repreendendo com os olhos o amigo.
– Mario e Carla, fiquem tranquilos. Estou aqui para ajudar, não para julgar.
Mario, eu não sou psiquiatra, nem psicóloga. Mas parece que você está com um
quadro de ansiedade. Você já pensou em procurar ajuda profissional?
– Para além de burro, ser o louco da turma? - respondeu Mario.
– Bem, eu faço terapia há anos e não sou tão louca assim – riu a professora.
– Você? - Exclamaram Mario e Carla - mas você é tão tranquila e bem-sucedida.
– Pois é, graças a terapia, entre outras coisas. Olha, nem sei se você vai precisar
de um tratamento, mas acho que valeria a pena passar por um acolhimento
psicológico no programa de saúde mental da faculdade.
– Mas e se alguém fica sabendo? Isso pode até manchar meu histórico escolar.
- Imagina, Mario. Os atendimentos são todos sigilosos. Isso está até no código de
ética dos profissionais.
– Sei lá. Me sinto fraco pedindo ajuda. Queria conseguir lidar com isso sozinho.
– Bem, como diria um provérbio africano: se você quer ir rápido, vá sozinho. Se
quiser ir longe, vá acompanhado.
– Nossa, profe, gostei. Ok, você me convenceu, vou ver como marcar com essa
psicóloga. Obrigado vocês duas, com colegas e professores assim a gente vai
longe!"
Depois de ler e analisar o texto, chegamos nos seguinte problemas e hipóteses:
Problemas
• dificuldade de adaptação, angústia e preocupação
• falta de ar, taquicardia, temores e um aperto no peito
• frustração, sentimento de insuficiência, falta de organização autoimagem depressiva, insegurança
• julgamento alheio, diminuindo o problema de Mário
• uso de medicação para TDAH
• receio a exposição
• o estigma da necessidade de aprovação alheia
• o estigma do sucesso profissional estar diretamente relacionado a falta de problemas e falhas
• tratamento com acompanhamento psicológico
• querer lidar com os problemas sozinhos
Hipóteses
• Mário apresenta um quadro de ansiedade
• dificuldade de adaptação é decorrente da mudança drástica de rotina, quando o quadro de ansiedade
• Mário sofre uma pressão psicológica no sentido de atender as expectativas dele próprio e dos outros
• a pressão psicológica advém do estigma que a sociedade impõe no estudante de medicina
• os estudantes se automedicam para melhorar o foco e a concentração
• o medo de exposição dificulta a busca pela ajuda e é uma consequência da pressão psicológica
• Mário apresenta síndrome do impostor
Após formularmos as hipóteses do caso, formulamos as seguintes questões de aprendizado para estudar e trazer as respostas para a próxima aula:
QA’S:
1. Quais os impactos que o estudante de medicina tem ao entrar na faculdade de medicina relacionados a mudança de rotina (ausência da família, mudança de cidade) e quais as estratégias para minizar esses impactos.
2. O que é a síndrome do impostor, como ela se caracteriza?
3. O que leva a automedicação dos estudantes de medicina e quais são suas consequências?
4. Qual a relação entre a pressão psicológica de universitários e a progressão do desempenho estudantil?
5. Como identificar e lidar com os sintomas da ansiedade?
Na semana seguinte, cada aluno trouxe suas respostas baseada na pesquisa quem realizou em casa, e estas foram as minhas respostas:
1 - Ao entrar na graduação de medicina, o aluno encontra várias mudanças em sua rotina que podem impactar em sua qualidade de vida. Mas o que seria essa qualidade de vida? Ainda não existe um conceito formalmente definido para essa expressão, porém o conceito mais aceito pertence a um grupo da OMS (organização mundial da saúde) chamado de WHOQOL (World Health Organization Quality of Life ou organização mundial da qualidade de vida). Para esse grupo, a qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, dentro do contexto de sua cultura e sistema de valores no qual vive e sua relação com seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. No artigo científico “Qualidade de Vida de Acadêmicos de Medicina: Há Mudanças durante a Graduação?” os autores, membros da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas, realizaram um estudo com o objetivo de observar se existiria mudança na qualidade de vida dos estudantes ao entrarem na faculdade de medicina e fizeram uma análise dos estudantes da Uncisal (Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas).
De acordo com a conclusão do artigo, podemos observar como uma possível maior dificuldade nos alunos novos a se adequarem a rotina de estudo. Seus níveis de qualidade de vida foram significativamente menores no início do curso. Outro artigo, chamado “Relação entre Fatores Acadêmicos e a Saúde Mental de Estudantes Universitários”, traz dados sobre como stress externos podem prejudicar a qualidade de vida do estudante, e a mudança de rotina pode ser vista como um desses stress. As estratégias abordadas nesses 2 artigos para redução desse impacto, são as mesmas aconselhadas para uma diminuição de ansiedade, visto que os dois estão diretamente relacionadas. Além disso, criar uma rotina organizada, conhecer novas pessoas e criar vínculos e memórias boas do novo ambiente, também auxiliam na adaptação e ajudam a aumentar o nível de qualidade de vida dos Estudantes.
2 - A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico no qual indivíduos não conseguem internalizar suas conquistas. Eles atribuem seu sucesso a fatores externos como sorte ou ajuda de terceiros, em vez de reconhecerem seus próprios esforços e competências (Clance, 1985). Esse transtorno é caracterizado por sentimentos persistentes de dúvida sobre a própria capacidade e um medo constante de ser exposto como uma fraude, mesmo diante de evidências externas de suas habilidades e sucesso (Sakulku & Alexander, 2011).
Se caracteriza da seguinte maneira:
Sentem que precisam se esforçar excessivamente para provar seu valor (Clance, 1985).
Tendem a se auto sabotar, acreditando que o fracasso é inevitável (Sakulku & Alexander, 2011).
Evitam situações onde possam ser avaliadas e criticadas (Clance, 1985).
Comparam-se constantemente com os outros, sentindo-se inferiores (Sakulku & Alexander, 2011).
Buscam agradar a todos como forma de buscar aprovação externa (Clance, 1985).
É importante buscar ajuda profissional para lidar com esses sentimentos e desenvolver uma autoimagem mais realista e positiva (Sakulku & Alexander, 2011).
3 - A automedicação é um problema geral de estudantes. O artigo “Automedicação entre estudantes de graduação do interior do Amazonas” mostra que a automedicação está presente nos hábitos de mais de 70% dos alunos de todos os cursos de graduação analisados por eles. Um dos fatores que levam a esse hábito é o fácil acesso aos medicamentos aliado às intensas atividades acadêmicas como: provas, trabalhos, estágios, ações de extensão, iniciação científica e outros. No artigo, também se observou que os alunos de medicina foram os que mais se automedicam, dentre os cursos analisados. Tal hábito pode ser relacionado à autoconfiança devido aos conhecimentos adquiridos no curso. O risco da automedicação está, não somente no risco aos efeitos colaterais que esses medicamentos podem trazer para o organismo quando utilizados de forma errada, mas também a sua dependência (química ou emocional) que pode levar o estudante a ter um problema maior do que aquele o qual estava tentando solucionar com o medicamento.
4 - Estudos dos artigos “Estresse, Ansiedade, Depressão e Inflexibilidade Psicológica em Estudantes “ e “Relação entre Fatores Acadêmicos e a Saúde Mental de Estudantes Universitários” mostram que o aumento do stress gerado pela pressão psicológica nas universidades aumentam a inflexibilidade, que nesse caso se refere ao comportamento de evitar momentos, situações e pessoas que causem stress, além de restringir a mudança de opinião, mesmo com provas de que o pensamento original está errado. Essa inflexibilidade leva, a maioria das vezes, à desistência do curso ou pelo menos à diminuição do esforço no decorrer do curso e consequentemente a queda da produtividade do aluno. Dessa forma, podemos dizer que a pressão psicológica traz consigo uma diminuição do progresso do estudante.
5 - Para identificar sintomas de ansiedade, faz-se necessário o autoconhecimento e o estudo do que poderia ser identificado como ansiedade. Porém, uma vez identificado possíveis sintomas de ansiedade, o correto é sempre buscar ajuda profissional, seja ela de um psicólogo, psiquiatra ou qualquer profissional que tenha capacidade técnica para lidar, identificar e confirmar o diagnóstico. Ficar sem procurar ajuda profissional e basear-se em técnicas por conta própria é o mesmo que se automedicar, pois pode trazer mais prejuízos que benefícios, isto porque, existem transtornos e síndromes, que se tratadas de maneira errada, podem evoluir para quadros piores e aumentar o prejuízo para a qualidade de vida.
REFERÊNCIAS:
https://www.scielo.br/j/rbem/a/rxkbFpMZ6p49cJcNM9WCmSQ/
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-12472018000300005
https://www.scielo.br/j/ape/a/4msxJqzGG7skL8FhxKX3ZBM/
https://www.scielo.br/j/csc/a/7p3f8gryCcgcjvRmcCV8fpH/
https://www.scielo.br/j/pusf/a/fKftCy3xJsDYyQyMF9D5VFh/
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812021000100007
https://repositorio.pgsscogna.com.br/bitstream/123456789/61012/1/LILIANE_FERRO_DA_COSTA.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-12472018000300005
Após cada aluno compartilhar suas respostas, nosso redator ficou responsável em unir as respostas da turma e realizar uma nova síntese das questões, e essas foram as respostas finais :
1 - Na categoria, denominada "Investimento Pessoal", os estudantes colocam as dificuldades que enfrentam para lidar com os desafios inerentes a vida universitária como: sair de casa, adaptar-se a nova cidade, morar sozinho, lidar com novas metodologias de ensino- aprendizagem e novos conteúdos, organizar e estabelecer rotinas de estudos e ao mesmo tempo integrá-las a sua rotina pessoal de necessidades (dormir, alimentar-se, cuidar da higiene pessoal e da moradia, lazer, etc.) e compromissos (ir ao banco, ao dentista, ao médico, pagar contas, etc.).Quando as expectativas em relação à universidade não se concretizam, surgem quadros de depressão, angústia, incerteza, desencanto e frustração dos estudantes já nos primeiros momentos do curso. Além dos problemas pessoais a que todos estão sujeitos, o estudante enfrenta uma formação exaustiva e exigente, na qual deve internalizar inúmeros conhecimentos em pouco tempo e aprender a lidar com a dor, o sofrimento, a morte e com o contexto competitivo de sua formação.
2 - A síndrome do impostor é uma incapacidade de internalizar o sucesso, ou seja, independentemente das realizações e esforços que a pessoa faça em relação à vida profissional, a sensação é de que nada é suficiente e que todos os resultados acontecem por sorte. A síndrome pode caracterizar-se de diversas maneiras, entre elas, destacam-se: constante pensamento de ser uma fraude, estabelecer metas inalcançáveis para reforçar a ideia de ser incapaz, auto sabotagem, subestimação das próprias habilidades, autocrítica excessiva, comparação e insegurança. As pessoas afetadas pela SI (Síndrome do Impostor) constantemente comparam seu desempenho com o de outras pessoas, enfatizando suas deficiências e ressaltando as potencialidades de outrem, além de viverem com o constante medo de serem descobertas como fraudes. É comum para o impostor pensar que está ocupando um lugar de sucesso que não merece, que houve algum engano para que ele tenha sido aceito na universidade que desejava entrar ou que tenha alcançado o cargo que pretendia conquistar. Além disso, de acordo com as pesquisadoras Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, da Universidade do Estado da Geórgia, em 1978, o fenômeno impostor segue um padrão de repetição, na forma de um ciclo que tem início quando os indivíduos têm sentimentos de preocupação, insegurança e ansiedade em relação a tarefas que almejam alcançar sucesso (acadêmicas ou profissionais) logo, se preparam com muita antecedência para a atividade ou procrastinam e concluem a atividade com rapidez quando o prazo está próximo. Dessa forma, quando alcançam sucesso, não se sentem merecedores do que conquistaram, se sentem culpados e adquirem uma percepção fraudulenta acerca de seu próprio trabalho, ainda que aliviados pelo resultado positivo, portanto, quando à frente de uma nova tarefa o, o ciclo se repete.
Algumas formas de controlar os sintomas da síndrome do impostor são: buscar ajuda de um profissional médico, reconhecer e respeitar os próprios limites, não estabelecer metas inatingíveis e evitar se comparar ao outros.
3 - A automedicação é a prática de utilizar medicamentos sem prescrição estando inclusa dentro do conceito de autocuidado. O comportamento esperado por estudantes da área de Medicina é embasado em uma consciência terapêutica, a qual auto-
medicação seria uma característica pouco frequente. Entretanto, vê-se uma autoconfiança por parte destes acadêmicos, fortalecida pelos conhecimentos adquiridos durante o curso.Os estudantes de Medicina constituem um dos principais grupos vulneráveis ao consumo abusivo de psicoestimulantes com o objetivo de potencializar as atividades mentais. Os principais motivos para o consumo de psicoestimulantes entre esses estudantes são compensar a privação de sono e aumentar a concentração. Um estudo feito com 362 estudantes do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília (Famemea) em 2012, demonstra que 98,3% dos estudantes de medicina se automedicam, 38,1% aconselharam-se com parentes e 21,5% consultaram livros antes dessa prática, 26,5% já utilizaram mais de cinco medicamentos sem prescrição médica, prevalecendo analgésicos e antitérmicos (60,5%). Os principais prejuízos da automedicação são possibilidade de sinais e sintomas da doença serem mascarados, gastos desnecessários, dependência química, interação medicamentosa, impossibilidade de recuperação plena, reações adversas ou alérgicas, intoxicação e possíveis internações hospitalares por novos e graves problemas.
4 - O estudante de medicina está exposto a diversos fatores estressantes que prejudicam a saúde mental. Tais indivíduos já encontram obstáculos desde o momento do processo seletivo, já que o curso de medicina é um dos mais disputados nas universidades (BARBOSA et al.,2018). Diversos fatores institucionais e pessoais podem contribuir para o agravamento da saúde mental dos estudantes de medicina. Com base nessa hipótese, pesquisas vêm sendo desenvolvidas buscando investigar possíveis relações entre os fatores acadêmicos e de carreira com a saúde dos estudantes. Alunos da área da saúde são os que apresentam maior prevalência de adoecimento mental e transtornos psiquiátricos. Além da própria competência individual para lidar com todas as demandas acadêmicas. Estudos mostram que as crenças dos estudantes sobre a sua própria capacidade (auto eficácia) influenciam em algum nível sobre saúde mental. Baixos níveis de auto eficácia se relacionam às dificuldades pessoais, podendo “favorecer ou dificultar as condições de enfrentamento de obstáculos, assim como serão determinantes no processo de resiliência do indivíduo”. Possuir níveis satisfatórios de auto eficácia interfere nas estratégias empregadas para enfretamento dos estressores acadêmicos vivenciados neste período, podendo gerar uma melhora na qualidade de vida e nos demais aspectos de saúde. Consequentemente, uma melhora da auto eficácia também promove percepções mais positivas da experiência acadêmica.
5 - É válido apontar que a ansiedade é intrínseca da natureza humana, sendo uma das reações básicas à situações condizentes com ela, no entanto, estudos recentes afirmam que sentimentos ansiosos podem ser prejudiciais à saúde mental e física do indivíduo. Desta forma, a ansiedade é considerada patológica, quando a intensidade ou frequência do sentimento é desproporcional, bem como, a sua resposta cognitiva, comportamental e emocional não corresponde à situação que a desencadeia. Apesar de assolar tanto a população adulta quanto a infanto-juvenil, como muitos transtornos, o Transtorno de ansiedade pode ter seu início na infância, agravando-se ao longo da vida. No entanto, diversos fatores podem contribuir para este quadro, entre os principais estão:
Ambiente (evento estressante no trabalho, rotina agitada) ,
personalidade ou modelo de pensamento (como a pessoa encara os desafios do dia a dia),
histórico de trauma (evento de alto impacto emocional como abusos)
e as doenças físicas (hormonais, cardiopatias, diabetes, dores crônicas, depressão e abuso de drogas). Dessa forma, os principais sintomas para identificar a ansiedade são divididos em:
• físicos: tensão muscular, taquicardia ou palpitação, dor no peito, transpiração em excesso, dor de cabeça, tontura;
• psíquicos: sensação de desrealização, quando o ambiente parece todo diferente, ou sensação de despersonalização, quando a pessoa parece não se reconhecer mais.
Para lidar com tais sintomas é preciso enfatizar a prevenção da ansiedade que está ligada à qualidade de vida. O equilíbrio é biopsicossocial (biológico, psíquico e social). Para que ele exista é preciso que a pessoa não sobrecarregue apenas uma área de sua vida e deixe as outras de lado - por exemplo, focar excessivamente na profissional e negligenciar sua vida afetiva, familiar e social.