Nesta aula, realizamos a APA 1, e fiquei com PM pelo fato de não ter entregue o portifólio. Honestamente, odeio realizar a tarefa de construir esse portifólio. É sem sentido, sem benefícios, sem motivação e uma perca total do meu tempo e esforça. Mas infelizmente é obrigatório, então estou eu aqui, construindo esse portifólio para a APA 2. Contra a minha vontade, que isto fique claro... Bem, a aula foi boa , a tutora Mariana nos deu um feedback em relação as faltas da semana anterior a prova e nos deu a oportunidade de relatar sobre nossa visão acerca do curso. Dexei claro minha opinião a respeito de como me sinto em relação às aulas, ela escutou e contra-argumentou, levando a um debate respeitoso e construtivo. Mas ainda tenho a opinião de que, por mim, eu estudava em casa e não iria a nenhuma aula, mas bem, assim com o portifólio, existem coisas que são obrigatórias... Bem, seguindo sobre a aula, abrimos a SP 2.3, levantamos os problemas e as hipóteses. A mariana nos orientou a estudar para esssa SP. Segue os problemas e hipóteses levantados, em seguida, minhas respostas:
SP 2.3 - Eu não nasci de óculos…
PROBLEMAS:
P1: Alberto, 7 anos, dificuldade para enxergar a lousa na escola;
P2: Negligência materna sobre o problema do filho;
P3: Estrabismo convergente;
P4: Chance de perder a visão;
P5: Vergonha de usar óculos;
P6: Muitas pessoas da família tem problema de visão;
P7: Agnaldo, primo, não enxerga de perto;
P8: Marcão não enxergava pois estava com vista cansada;
P9: Avó operou de catarata;
P10: Avô tem diabetes e perdeu completamente a visão do olho direito e parcialmente do olho esquerdo;
P11: Falta de visão do avô tem comprometido sua mobilidade e qualidade de vida.
HIPÓTESES:
Miopia e estrabismo (P1)
Negligência causou piora nos sintomas oculares do filho (P2)
Tampão e óculos foram para corrigir o estrabismo (P3)
Chance de perder a visão por causa do estrabismo convergente (P4)
Pode ser uma doença genética (P6)
Hipermetropia (P7)
Presbiopia (P8)
Diabetes afeta diretamente a visão (P10, P11)
1. Quais são as estruturas e funções do sistema visual?
O sistema visual é responsável pela captação, transmissão e interpretação da luz, permitindo a formação de imagens no cérebro. Ele é composto por diversas estruturas que trabalham de forma integrada.
Estruturas principais e suas funções:
1. Globo ocular (olho):
Função: Captação e focalização da luz.
Principais partes:
Córnea: Parte transparente anterior que refrata (desvia) a luz ao entrar no olho.
Humor aquoso: Líquido entre a córnea e a lente que nutre as estruturas avasculares e mantém a pressão intraocular.
Íris: Estrutura colorida que regula a quantidade de luz que entra no olho, controlando o diâmetro da pupila.
Pupila: Abertura central da íris; ajusta-se em resposta à luz (reflexo fotomotor).
Cristalino: Lente biconvexa flexível que ajusta o foco da luz sobre a retina (acomodação).
Humor vítreo: Substância gelatinosa que preenche o interior do olho e mantém sua forma.
Retina: Camada neural onde ocorre a fototransdução; contém:
Cones: Responsáveis pela visão de cores e detalhes finos.
Bastonetes: Responsáveis pela visão em baixa luminosidade (visão noturna).
2. Nervo óptico (II par craniano):
Função: Conduz os impulsos nervosos gerados na retina até o cérebro.
3. Quiasma óptico:
Função: Região onde ocorre o cruzamento parcial das fibras nervosas da retina nasal de cada olho, permitindo a visão binocular (sobreposição de campos visuais).
4. Trato óptico:
Função: Conduz as informações visuais do quiasma óptico até o corpo geniculado lateral, já organizadas por campo visual.
5. Corpo geniculado lateral (CGL):
Função: Núcleo do tálamo que processa e retransmite os sinais visuais para o córtex.
6. Radiações ópticas:
Função: Feixes de fibras que ligam o CGL ao córtex visual primário.
7. Córtex visual primário (área 17 de Brodmann, lobo occipital):
Função: Interpretação inicial da imagem — processamento de características como forma, cor, contraste e movimento.
Organização funcional do sistema visual:
Captação: Realizada pelo globo ocular (especialmente pela retina).
Transmissão: Realizada pelo nervo óptico, quiasma óptico, trato óptico, corpo geniculado lateral e radiações ópticas.
Interpretação: Realizada no córtex visual primário e secundário.
Resumo:
Olho: Órgão que capta a luz. Divide-se em córnea, humor aquoso, íris, pupila, cristalino, humor vítreo, retina (onde estão os fotorreceptores: cones e bastonetes).
Nervo óptico: Conduz os impulsos da retina até o cérebro.
Quiasma óptico: Ponto onde parte das fibras nervosas se cruzam.
Trato óptico: Fibras que seguem do quiasma ao corpo geniculado lateral.
Corpo geniculado lateral: Região do tálamo responsável pela transmissão dos sinais visuais.
Radiações ópticas: Fibras que levam sinais até o córtex visual.
Córtex visual (lobo occipital): Área responsável pela interpretação da informação visual.
Funções gerais: captação da luz, formação da imagem, percepção de cores, reconhecimento de formas e movimento.
Fonte:
Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 14ª edição.
Snell, Neuroanatomia Clínica, 8ª edição.
2. Quais são os mecanismos e vias neurológicas responsáveis pela visão?
O processo visual inicia-se na retina, onde a luz captada é convertida em sinais elétricos pelos fotorreceptores (cones e bastonetes) através da fototransdução. Esses sinais são transmitidos pelas células bipolares e células ganglionares da retina, cujos axônios formam o nervo óptico.
Vias neurológicas da visão:
Nervo óptico (II par craniano): Cada olho gera um nervo óptico que carrega informações da retina.
Quiasma óptico: No quiasma, as fibras originadas da metade nasal de cada retina cruzam para o lado oposto, enquanto as fibras da metade temporal permanecem do mesmo lado. Isso organiza a informação para que o cérebro receba imagens do campo visual contralateral de ambos os olhos.
Trato óptico: Após o quiasma, as fibras seguem pelo trato óptico, que contém fibras do campo visual oposto (ex.: trato óptico direito leva informação do campo visual esquerdo).
Corpo geniculado lateral (CGL) do tálamo: Centro de retransmissão sensorial. Aqui, as fibras fazem sinapse e organizam a informação para serem enviadas ao córtex.
Radiações ópticas: Projeções que se estendem do CGL até o córtex visual primário, dividindo-se em duas porções:
Radiação superior (parietal): Leva informação da retina inferior (campo visual superior).
Radiação inferior (temporal, via de Meyer): Leva informação da retina superior (campo visual inferior).
Córtex visual primário (área 17 de Brodmann, lobo occipital): Local de recepção inicial da informação visual, responsável por detectar aspectos como orientação, cor e movimento.
Córtex visual associativo (áreas 18 e 19 de Brodmann): Interpretam informações complexas como reconhecimento de rostos, objetos e integração com outras modalidades sensoriais.
Mecanismos básicos envolvidos:
Fototransdução: Conversão da luz em sinal elétrico pelos fotorreceptores.
Processamento retiniano: Integração e pré-processamento dos sinais visuais já dentro da retina.
Integração cortical: Análise de atributos da visão como forma, cor, profundidade e movimento.
Organização funcional:
O sistema visual é retinotópico, ou seja, a disposição espacial dos estímulos visuais na retina é preservada até o córtex visual.
A visão envolve dois sistemas principais de processamento cortical:
Via ventral ("o que"): Associada à identificação de objetos e reconhecimento de rostos (vai do córtex visual primário para o lobo temporal).
Via dorsal ("onde" e "como"): Associada ao reconhecimento espacial e ao movimento (vai do córtex visual primário para o lobo parietal).
Fonte:
Snell, Neuroanatomia Clínica, 8ª edição.
Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 14ª edição.
Kandel et al., Princípios de Neurociência, 5ª edição.
3. Como é a transdução do sistema óptico?
A transdução óptica é o processo pelo qual os estímulos luminosos (fótons) são convertidos em sinais elétricos nas células fotorreceptoras da retina (bastonetes e cones). Esse processo é essencial para que o cérebro possa interpretar imagens.
Etapas da transdução visual:
Captação da luz: A luz entra no olho, atravessa a córnea, o humor aquoso, a pupila, o cristalino e o humor vítreo, alcançando a retina, localizada no fundo do olho.
Ativação dos fotorreceptores:
Nos bastonetes (responsáveis pela visão em baixa luminosidade), a proteína rodopsina é ativada pela absorção de fótons.
Nos cones (responsáveis pela visão em cores e detalhes finos), pigmentos específicos (iodopsinas) são ativados dependendo do comprimento de onda da luz (cores azul, verde ou vermelho).
Cascata de sinalização intracelular:
A luz provoca a isomerização da rodopsina (de 11-cis-retinal para all-trans-retinal).
Essa mudança ativa uma proteína G chamada transducina.
A transducina ativa a enzima fosfodiesterase (PDE).
A fosfodiesterase quebra o GMP cíclico (GMPc) em GMP, diminuindo sua concentração.
Fechamento dos canais de íons:
Em repouso (no escuro), canais de sódio são mantidos abertos pelo GMPc, permitindo um influxo constante de Na⁺ (corrente de escuro).
Com a queda do GMPc causada pela luz, os canais se fecham, levando à hiperpolarização da membrana do fotorreceptor.
Modulação da liberação de neurotransmissores:
A hiperpolarização reduz a liberação de glutamato, o neurotransmissor liberado pelos fotorreceptores.
Essa mudança no padrão de liberação de glutamato é detectada pelas células bipolares, que transmitem o sinal às células ganglionares.
Formação do sinal elétrico:
Os axônios das células ganglionares se reúnem para formar o nervo óptico, que levará o sinal visual ao sistema nervoso central.
Resumo:
A transdução transforma a luz em variações de potencial elétrico que serão interpretadas posteriormente pelo cérebro como imagens.
Importante:
Nos bastonetes, a resposta é mais sensível à luz, porém monocromática.
Nos cones, a resposta é menos sensível, mas permite a discriminação de cores e detalhes finos.
Fonte:
Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 14ª edição.
Kandel et al., Princípios de Neurociência, 5ª edição.
4. O que consiste a miopia, hipermetropia, presbiopia, astigmatismo, catarata e estrabismo? E como ocorre a correção de cada uma delas?
Miopia:
Definição: Condição em que a imagem dos objetos distantes é formada antes da retina, resultando em visão borrada de longe.
Causa anatômica: Olho mais alongado (eixo ântero-posterior maior) ou córnea mais curva.
Correção: Utilizam-se lentes divergentes (côncavas), que espalham os raios de luz antes que eles entrem no olho, deslocando o ponto focal para trás, exatamente sobre a retina.
Hipermetropia:
Definição: Condição em que a imagem dos objetos próximos é formada atrás da retina, dificultando a visão de perto.
Causa anatômica: Olho mais curto (eixo ântero-posterior menor) ou córnea mais plana.
Correção: Lentes convergentes (convexas) são usadas para convergir os raios de luz mais rapidamente, trazendo o foco para a retina.
Presbiopia:
Definição: Perda progressiva da acomodação visual para objetos próximos, relacionada ao envelhecimento do cristalino, que se torna menos elástico.
Causa anatômica/fisiológica: Redução da capacidade de alteração da curvatura do cristalino pela contração do músculo ciliar.
Correção: Lentes convergentes (convexas), como nos casos de hipermetropia, que ajudam a compensar a perda de foco de objetos próximos (geralmente óculos de leitura).
Astigmatismo:
Definição: Irregularidade na curvatura da córnea (ou, menos comumente, do cristalino), causando distorção da imagem em qualquer distância.
Causa anatômica: Superfície da córnea não é esférica — é mais curva em um meridiano do que em outro.
Correção: Lentes cilíndricas, que corrigem a diferença de refração entre os meridianos diferentes, realinhando o foco para formar uma imagem nítida na retina.
Catarata:
Definição: Opacificação do cristalino, que interfere na passagem da luz, levando à visão borrada e progressiva.
Causa anatômica: Alterações bioquímicas nas proteínas do cristalino, geralmente associadas à idade, diabetes, radiação UV, entre outros fatores.
Correção: Não é feita com lentes corretivas no estágio avançado; o tratamento é cirúrgico, consistindo na remoção do cristalino opaco e na implantação de uma lente intraocular (LIO), que restabelece o foco correto da imagem na retina.
Estrabismo:
Definição: Alinhamento anormal dos olhos, resultando em perda da visão binocular adequada e, potencialmente, em ambliopia ("olho preguiçoso").
Causa anatômica/fisiológica: Desequilíbrio na força dos músculos extraoculares ou alterações neurológicas no controle motor ocular.
Correção:
Óptica: Uso de lentes prismáticas para redirecionar a imagem e permitir a fusão das imagens visuais.
Funcional: Exercícios ortópticos para reforçar o alinhamento dos olhos.
Cirúrgica: Correção dos músculos extraoculares (encurtamento ou alongamento) para reposicionar o eixo ocular adequadamente.
Fonte:
Kanski, Oftalmologia Clínica, 8ª edição.
Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 14ª edição.
5. O que é a retinopatia diabética? Explique sua fisiopatologia.
A retinopatia diabética é uma complicação do diabetes mellitus que afeta os vasos sanguíneos da retina, podendo levar à perda parcial ou total da visão se não for tratada.
Fisiopatologia (explicada de forma simples e detalhada):
Hiperglicemia crônica:
A glicose elevada no sangue provoca danos nas células endoteliais que revestem os capilares da retina.
Esses danos levam à perda da barreira hemato-retiniana, aumentando a permeabilidade dos vasos.
Disfunção dos vasos sanguíneos:
O aumento da permeabilidade permite extravasamento de líquido e proteínas, formando edema e exsudatos duros (depósitos lipídicos).
As paredes dos vasos ficam enfraquecidas, formando microaneurismas (dilatações pequenas).
Isquemia retinal:
A má perfusão da retina (por fechamento de capilares) gera áreas de isquemia (falta de oxigênio).
Como resposta, há liberação de fatores de crescimento, principalmente o VEGF (Fator de Crescimento Endotelial Vascular).
Proliferação de vasos anormais (neovascularização):
O VEGF estimula o crescimento de novos vasos sanguíneos, mas esses vasos são frágeis e anormais.
Eles rompem facilmente, causando hemorragias vítreas e favorecendo o descolamento de retina.
Formação de tecido cicatricial:
A cicatrização anormal dos vasos pode gerar fibrose, que traciona a retina e piora a visão.
Classificação clínica:
Retinopatia diabética não proliferativa: Alterações iniciais (microaneurismas, hemorragias intrarretinianas, exsudatos).
Retinopatia diabética proliferativa: Presença de neovascularização e risco aumentado de perda severa da visão.
Resumo final:
A retinopatia diabética resulta da combinação de danos vasculares, extravasamento de fluidos, isquemia e crescimento de vasos anormais, levando a alterações estruturais e funcionais da retina que prejudicam a visão.
Fonte:
Kanski, Oftalmologia Clínica, 8ª edição.
Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 14ª edição.
Sociedade Brasileira de Diabetes, Diretrizes 2023-2024.
6. Como é feito o diagnóstico oftalmológico e quais os principais exames envolvidos?
O diagnóstico oftalmológico começa com uma anamnese (entrevista médica) detalhada, para entender os sintomas visuais e antecedentes médicos. Depois, o médico realiza exames físicos específicos para avaliar as estruturas oculares e a função visual.
Principais exames oftalmológicos:
1. Acuidade Visual (Teste de Visão):
Como é realizado: O paciente lê letras ou símbolos de tamanhos variados, geralmente em uma tabela de Snellen, posicionada a 6 metros de distância.
Termos técnicos:
20/20 ou 6/6: Visão normal.
20/40: O paciente vê a 20 pés o que uma pessoa normal vê a 40 pés.
Utilidade: Avalia a nitidez da visão; usado para diagnosticar erros de refração (miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia).
2. Tonometria (Medida da Pressão Intraocular):
Como é realizado: Pode ser feita por dois métodos:
Tonometria de aplanação: Um tonômetro toca suavemente a córnea após anestesia local e mede a força necessária para achatá-la.
Tonometria de sopro: Um jato de ar é disparado contra o olho e o aparelho mede a deformação da córnea.
Termos técnicos:
Pressão intraocular normal: Entre 10 e 21 mmHg.
Utilidade: Diagnóstico e acompanhamento do glaucoma (doença caracterizada por aumento da pressão intraocular que pode danificar o nervo óptico).
3. Fundoscopia (Oftalmoscopia Direta e Indireta):
Como é realizado:
Na oftalmoscopia direta, o médico utiliza um aparelho portátil para observar diretamente o fundo do olho.
Na oftalmoscopia indireta, utiliza uma lente e uma fonte de luz para examinar uma área maior e mais periférica da retina.
Termos técnicos:
Pupilas midriáticas: Pupilas dilatadas com colírio para melhor visualização.
Utilidade: Diagnóstico de retinopatia diabética, degeneração macular, descolamento de retina, hemorragias retinianas, papiledema (edema do nervo óptico).
4. Biomicroscopia (Lâmpada de Fenda):
Como é realizado: Um microscópio especial projeta uma luz em fenda sobre o olho, permitindo a visualização ampliada de suas estruturas.
Termos técnicos:
Segmento anterior: Inclui córnea, íris, cristalino e humor aquoso.
Utilidade: Avaliação de catarata, inflamações oculares (uveítes), úlceras de córnea e glaucoma (observando a câmara anterior).
5. Retinografia (Fotografia do Fundo de Olho):
Como é realizado: Após dilatação da pupila, câmeras digitais especiais tiram fotos detalhadas da retina.
Termos técnicos:
Angiofluoresceinografia: Técnica em que um corante fluorescente é injetado na veia para observar circulação retiniana.
Utilidade: Monitoramento de retinopatia diabética, degenerações da retina e avaliação da vasculatura ocular.
6. Tomografia de Coerência Óptica (OCT):
Como é realizado: Um feixe de luz infravermelha cria imagens em alta resolução das camadas da retina, sem contato físico com o olho.
Termos técnicos:
Edema macular: Inchaço da mácula detectável no OCT.
Utilidade: Diagnóstico e acompanhamento de edema macular diabético, degeneração macular relacionada à idade, descolamento de retina, glaucoma (avaliando a espessura da camada de fibras nervosas).
Resumo organizado:
Exame
Diagnóstico Principal
Acuidade Visual
Miopia, Hipermetropia, Astigmatismo, Presbiopia
Tonometria
Glaucoma
Fundoscopia
Retinopatia diabética, Degeneração macular, Descolamento de retina
Biomicroscopia
Catarata, Inflamações, Úlceras de córnea
Retinografia
Monitoramento de doenças retinianas
OCT
Edema macular, Degeneração macular, Avaliação de glaucoma
Fonte:
Kanski, Oftalmologia Clínica, 8ª edição.
Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 14ª edição.
Sociedade Brasileira de Oftalmologia – Guias Práticos 2023.
7. Quais são os tipos de lesões ópticas e sua localização e classificação?
As lesões ópticas afetam a transmissão do estímulo visual da retina até o córtex visual e causam diferentes padrões de perda de campo visual, dependendo da localização da lesão.
Classificação das lesões ópticas:
1. Lesão do Nervo Óptico (Pré-Quiasma):
Localização: Entre a retina e o quiasma óptico.
Consequência:
Cegueira monocular (perda total da visão de um olho).
Exemplos de causas: Neurite óptica, compressão por tumor, trauma.
2. Lesão no Quiasma Óptico:
Localização: Região onde as fibras dos hemicampos nasais de ambos os olhos cruzam.
Consequência:
Hemianopsia bitemporal (perda da visão dos campos visuais temporais de ambos os olhos — visão periférica comprometida).
Exemplos de causas: Adenoma de hipófise (tumores hipofisários), craniofaringiomas.
3. Lesão no Trato Óptico:
Localização: Após o quiasma, levando informações de ambos os olhos, mas do mesmo campo visual (direito ou esquerdo).
Consequência:
Hemianopsia homônima contralateral (perda do mesmo lado do campo visual em ambos os olhos; ex.: perda do campo esquerdo nos dois olhos por lesão do trato óptico direito).
Exemplos de causas: AVC, tumores cerebrais.
4. Lesão nas Radiações Ópticas:
Localização: Fibras que saem do corpo geniculado lateral em direção ao córtex visual, dividindo-se em dois trajetos:
Radiações temporais (Alça de Meyer): Correspondem ao quadrante superior do campo visual.
Radiações parietais: Correspondem ao quadrante inferior do campo visual.
Consequência:
Quadrantanopsia superior contralateral (lesão da Alça de Meyer) ou quadrantanopsia inferior contralateral (lesão das radiações parietais).
Exemplos de causas: AVCs, traumas cranianos, tumores.
5. Lesão no Córtex Visual Primário (Área 17 de Brodmann, lobo occipital):
Localização: Região cortical responsável pela interpretação final do estímulo visual.
Consequência:
Hemianopsia homônima contralateral (geralmente com preservação da visão central — chamada de preservação macular).
Exemplos de causas: AVCs occipitais, traumatismos, tumores.
Resumo em tabela:
Localização da Lesão
Deficiência Visual Característica
Nervo óptico
Cegueira monocular
Quiasma óptico
Hemianopsia bitemporal
Trato óptico
Hemianopsia homônima contralateral
Radiações ópticas
Quadrantanopsia contralateral (superior ou inferior)
Córtex visual primário
Hemianopsia homônima contralateral (geralmente com preservação macular)
Explicação de termos técnicos:
Hemianopsia: Perda de metade do campo visual.
Bitemporal: Perda dos campos visuais externos (temporais) dos dois olhos.
Homônima: Perda do mesmo lado do campo visual em ambos os olhos.
Quadrantanopsia: Perda de um quadrante do campo visual.
Fonte:
Snell, Neuroanatomia Clínica, 8ª edição.
Guyton e Hall, Tratado de Fisiologia Médica, 14ª edição.